Zé Saiu de Sorocaba Pra Ilha Comprida e Parou 6 Vezes Antes de Quebrar na Cabeça da Anta

A viagem que era pra ser tranquila virou uma saga: Zé partiu de Sorocaba em busca do litoral, mas cada parada foi um capítulo de comédia. De pneu murcho a encontro com boi julgador, até quebrar o carro na "Cabeça da Anta". Vem rir com essa epopeia real (ou quase)!

Zé Saiu de Sorocaba Pra Ilha Comprida e Parou 6 Vezes Antes de Quebrar na Cabeça da Anta

1. O Grande Plano do Zé para viajar para Ilha Comprida 

Zé, nascido e criado em Sorocaba, decidiu que o fim de semana ia ser épico: “Vou pra Ilha Comprida, curtir o litoral, comer pastel de camarão e ver o pôr do sol na orla”. O problema é que ele resolveu ir com seu lendário Gol 98 vermelho, conhecido como “o foguete da quebrada”. Com um tanque na reserva, o isopor rachado e quatro parceiros com fome e disposição, o plano parecia simples: sair sexta à noite, chegar no sábado cedo, dormir na barraca e voltar no domingo. Só que o Zé esqueceu um detalhe importante: o carro dele tinha vontade própria. Mal passaram o Campolim e a ventoinha já deu sinal de estresse. Mas nada que um tapa no capô e uma oração do Tonhão não resolvessem… ainda. E assim começava a jornada que ficaria conhecida como o “bate-volta que bateu e não voltou”.


2. A Primeira Parada: O Pneu Murchou Só de Ouvir o GPS

Na primeira curva da Castelinho, o GPS do celular do Juninho avisou: “siga por 130 km”. O pneu dianteiro do Gol, ao ouvir essa sentença, murchou instantaneamente. Zé parou no primeiro posto, desceu bufando e disse: “isso é olho gordo, certeza!”. Enquanto calibravam o pneu com R$ 2 em moedas, Tonhão achou uma promoção de empadinha com suco de caju e todo mundo parou pra lanchar. Trinta minutos depois, estavam de barriga cheia e pressão nos pneus. Mas esqueceram a tampa do tanque e só notaram isso em Itapetininga. O cheiro de gasolina virou aromatizante oficial do carro. “Mas tá tranquilo, tá favorável”, dizia Zé, com o som estourado no volume 30, tocando pagode dos anos 90. O sonho da praia de Ilha Comprida seguia vivo, mas o carro já demonstrava sinais de que não ia aguentar tanta emoção na estrada.


3. A Segunda Parada: Radiador Estilo Chaleira

Depois de subir metade da serra, o Gol começou a chiar mais do que o frango assado da padaria do Jatobá. Fumaça pra todo lado. Zé encostou no acostamento e abriu o capô com uma flanelinha na mão. “Normal… o bicho só tá liberando pressão”, disse, como se fosse piloto da Fórmula 1. Tonhão, sempre prestativo, jogou água de coco no radiador. Resultado: vapor com cheiro de fruta tropical. Juninho anotou no caderno de viagem: “não usar líquidos açucarados em partes do motor”. A essa altura, a empadinha começou a pesar no estômago de todos, e o carro virou uma sauna ambulante. Mesmo assim, o grupo insistia: “a gente chega nem que seja empurrando”. Estavam longe de saber que a verdadeira provação ainda viria — e que o maior obstáculo se chamava “Cabeça da Anta”.


4. A Terceira Parada: Banquete na Estrada (e sono coletivo)

Em Registro, bateu aquela fome braba. Pararam num boteco chamado “Frango e Fé”, onde o prato do dia era coxinha de asa com arroz soltinho. Comeram como se fosse a última refeição antes do apocalipse. Zé pediu suco de maracujá e quase dormiu no balcão. Voltaram pro carro pesados. O Gol quase não ligou, como se dissesse: “vocês não têm coração”. O banco traseiro virou cama improvisada, e o Tonhão começou a roncar em dó maior. A música foi trocada por silêncio absoluto e um ar de derrota no olhar de todos. Mas Zé, teimoso, falou: “Vamos embora! Já tamo quase lá”. Estavam ainda a 1h40 de Ilha Comprida — isso, se nada mais desse errado. Mas com um carro fumando, um piloto teimoso e um navegador confuso, a chance de tudo sair como planejado era zero.


5. A Quarta Parada: Atolados na Estrada Alternativa

Cansado do GPS, Zé pegou um “atalho” recomendado por um vídeo no YouTube: uma estrada de terra cheia de buraco, barro e promessas de chegar mais rápido. O problema? Chovia. E o Gol 98 não foi feito pra rally. O carro atolou bonito. Rodas girando, lama até o escapamento. Tonhão tentou empurrar e perdeu o chinelo. Juninho escorregou no barranco e ficou com o short todo marrom. Tinha mais barro no cabelo deles do que no chão. Zé, ao ver a cena, só disse: “Isso é aventura raiz!”. Eles usaram galho de árvore, pedra e até a tampa do isopor pra tentar sair. Uma hora depois, conseguiram arrancar o carro com um empurrão coletivo, mas deixaram pra trás parte da dignidade. A missão agora era só uma: chegar até a ponte de acesso a Ilha Comprida. Mas o carro, coitado, já sonhava com o guincho.


6. A Quinta Parada: O Encontro com o Boi de Olhar Julgador

Já era de noite quando, no meio de uma estradinha estreita, um boi apareceu parado no meio da pista, encarando o Gol. Zé freou. O boi não se mexeu. Todos ficaram em silêncio. O Tonhão jurava que o boi estava rindo. Juninho tentou buzinar, mas o boi continuou firme, tipo segurança de balada. Passaram 30 minutos olhando pra ele até o animal, com total superioridade moral, simplesmente se virou e andou devagar pro mato. Quando passaram, Zé falou: “acho que ele tava decidindo se a gente merecia continuar”. Depois disso, seguiram com respeito, evitando até acelerar demais. O Gol já tossia, as luzes do painel acendiam em padrão de Natal, e a ansiedade batia: “Será que vamos ver o mar ainda hoje?”. O que eles não sabiam era que o destino final estava bem próximo... e que seria na Cabeça da Anta.


7. A Última Parada: Cabeça da Anta, Fim do Mundo

Finalmente, cruzaram a ponte para Ilha Comprida. Os sorrisos voltaram. Tiraram selfie, ligaram o som. Só faltava encontrar um quiosque. Mas o Gol não resistiu: tossiu, tremeu, piscou, e... morreu. Parou bonito, bem no acostamento da famosa Cabeça da Anta. Tonhão saiu do carro, olhou pra estátua e disse: “Essa anta aqui entende a gente”. Zé, derrotado porém conformado, puxou o isopor, sentou na guia e abriu um pacote de amendoim. “Se for pra quebrar, que seja com vista”, disse. O grupo montou o “acampamento oficial” ali mesmo. Usaram a lona da barraca como toldo, comeram o que sobrou do frango e riram da situação. Quem passava tirava foto e perguntava: “vocês são parte do cenário turístico?”. Eles diziam: “Agora somos!”.


8. A Volta que Nunca Veio (e a Lenda que Ficou)

O carro só foi rebocado dois dias depois. A volta foi de ônibus intermunicipal, com direito a Zé dormindo no colo de um desconhecido e o isopor no bagageiro, vazando gelo. Mas a história? Virou lenda. Hoje, toda vez que alguém diz “vamos pra Ilha Comprida?”, aparece um amigo que solta: “mas não com o Zé, pelo amor de Deus”. O Gol foi vendido pra sucata, mas o adesivo “Baixo Sorocaba” segue colado num poste da Cabeça da Anta, como relíquia de um rolê que deu tudo errado… e por isso mesmo, deu certo. Porque é disso que a vida é feita: das histórias que a gente lembra rindo — e que rende post no blog, meme no grupo do WhatsApp e muito like no Instagram. E se você for um dia pra Ilha Comprida… cuidado com o boi da estrada. Ele ainda tá lá, decidindo quem pode passar.