Análise: por que Netanyahu está trazendo seu ex-rival para o governo de Israel?

Entenda o que os analsitas dizem sobre o movimento feito por Benjamin Netanyahu Este conteúdo foi originalmente publicado em Análise: por que Netanyahu está trazendo seu ex-rival para o governo de Israel? no site CNN Brasil.

Análise: por que Netanyahu está trazendo seu ex-rival para o governo de Israel?

A decisão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de trazer o ex-rival Gideon Sa’ar para seu governo visa fortalecer sua base de poder interno, dizem os analistas.

Nadav Shtrauchler, um estrategista político que trabalhou de perto com Netanyahu, disse à CNN que a manobra tinha três objetivos:

  • Primeiro, ele afirmou que trazer Sa’ar — um veterano político de direita — daria a Netanyahu “mais influência” sobre o ministro da segurança nacional da extrema direita, Itamar Ben Gvir, que foi condenado por incitar o terrorismo. Ben Gvir “não é o tipo de pessoa que Netanyahu aprecia e não é confiável”
  • Em segundo lugar, Shtrauchler disse que Sa’ar poderia ajudar a proteger Netanyahu dos partidos ultraortodoxos, que têm o poder de derrubar o governo. Esses partidos querem aprovar uma lei isentando homens ultraortodoxos do serviço militar obrigatório, o que ameaçaria a coalizão de Netanyahu. Sa’ar é considerado próximo das facções ultraortodoxas.
  • Por fim, o analista disse à CNN que um apoio político mais amplo é importante à medida que a guerra com o Hezbollah se intensifica e a possibilidade de uma invasão terrestre se aproxima.

Netanyahu anunciou no domingo (29) que Sa’ar se juntaria ao governo como ministro sem pasta.

Sa’ar afirmou no domingo que “não faz sentido continuar na oposição, em uma situação onde as posições da maioria de seus membros sobre a guerra são diferentes e até distantes da minha. Este é um momento em que é meu dever tentar contribuir na mesa de decisões.”

A escolha de Sa’ar

Antes da escalada da guerra de Israel com o Hezbollah no Líbano, Netanyahu pretendia demitir o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e promover Sa’ar para o cargo. Sa’ar tem pouca experiência em segurança nacional, e o plano de nomeá-lo ministro da Defesa foi alvo de amplo ridículo por parte de especialistas na área. “Levará meses para ele se preparar para o trabalho”, disse Gadi Eisenkot, um respeitado ex-chefe militar israelense e membro da oposição, na época.

Sa’ar deixou o partido Likud de Netanyahu em 2020 para formar seu próprio partido, Nova Esperança, mas não conseguiu encontrar uma base de apoio estável. Ele se juntou ao governo de emergência após 7 de outubro, mas saiu na primavera deste ano. Desde então, ele estava em conversas com Netanyahu para retornar ao governo.

 

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